Caranguejos e lagostas são cozidos vivos e não são protegidos pelas leis dos direitos animais porque eles não sentiriam dor - mas uma nova pesquisa pode mudar este conceito
por Luciana Galastri
Lagostas são vendidas e cozidas enquanto estão vivas, para, supostamente, preservar o sabor e a textura da carne do animal. A mesma coisa acontece com caranguejos e outros crustáceos que não são protegidos pelas leis de direitos animais. Até o momento, a ciência considerava que esses bichos não eram capazes de sentir dor - em vez disso, eles passariam por uma espécie de 'percepção da dor' chamada de nocipção, que causaria o impulso de se afastar de algo prejudicial. Mas agora essa noção pode mudar: de acordo com um novo estudo publicado na revista Nature, realizado pelo pesquisador de comportamento animal Robert Elwood, da Universidade de Belfast, os crustáceos podem, sim, sentir dor.
Para chegar a essa conclusão, Elwood analisou se os crustáceos conseguem aprender através da dor, como vertebrados, ou apenas respondem a estímulos imediatos para evitar situações desconfortáveis, como supõe o modelo da nocipção. Ele analisou o comportamento de caranguejos que podiam se abrigar em duas tocas construídas pela equipe de cientistas. A primeira dava choque nos animais e a segunda era segura. A conclusão foi que caranguejos que já haviam passado pelo choque escolhiam, com uma maior frequência, a segunda toca, se comparados com caranguejos que nunca haviam passado pela experiência. Ou seja: o choque foi sentido e a experiência na primeira toca se tornava aversiva.
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