domingo, 13 de outubro de 2013

Desmistificando o calazar

É O BICHO! 12/10/2013

O flebótomo Lutzomyia longipalpis é o grande vilão do calazar. Medidas simples de higiene e limpeza podem manter o inseto distante do seu cão e de sua família


Quando o assunto é calazar, muito se ouve falar sobre o cão. Porém, muitos esquecem o verdadeiro vilão: o mosquito. Trata-se de um flebótomo, Lutzomyia longipalpis, que pica animais doentes, como raposas, cassacos e principalmente cães que têm a doença. Esses insetos funcionam como vetores. Recebem o protozoário Leishmania infantum de animais doentes e levam para os sadios e para o homem, resultando na doença que pode levar à morte. A prevalência em cães já virou uma realidade preocupante: “Esse inseto do meio silvestre e rural passou a se urbanizar devido à invasão do homem ao seu habitat natural, levando consigo cães, que passaram a ser seu principal alimento. Construções em áreas desmatadas, turismo ecológico, êxodo rural de animais de zonas endêmicas, falta de limpeza dos quintais são as principais causas da urbanização do flebotomíneo”, explica Sérgio Franco, responsável pelo setor de combate à leishmaniose do Centro de Zoonoses.

Sobre esse pequeno inseto de apenas dois milímetros, o entomologista Domingos Junior explica que ele tem voo curto e pousa a cada dois metros. “Só as fêmeas saem à noite e permanecem até a manhã do dia seguinte, procurando alimentar-se de sangue para maturar seus ovos. Sua proliferação se dá em matéria orgânica em decomposição (folhas, frutas, adubos, etc.) encontrada nos quintais e em criação de animais. O cão passa a ser sua principal fonte de alimentação, por estar próximo das árvores, seu habitat natural. Controlar insetos na natureza é utopia, pois o pior veneno criado pelo homem, o DDT, surgiu da necessidade de eliminar um inseto chamado anopheles, transmissor da malária.Jogado de todas as formas no meio ambiente, o produto causou enorme prejuízo ambiental, sem eliminação dos anophelíneos. A dengue utilizou a prática de controle químico, mas só evitou o aumento do número de casos humanos nos picos da doença. Podemos controlar os flebotomíneos com medidas simples que devem ser seguidas por todos, a fim de evitar o calazar e outras doenças”, alertas Junior.


leia mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário