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Por causa de cobaias, alguns estudantes abandonam curso de veterinária
Universitários que não concordam com uso de animais em sala de aula contam como tomaram a difícil decisão de abandonar curso. Professores dizem que prática é necessária
Estado de Minas
Publicação: 31/10/2013
O professor pegou um bisturi e cortou a perna direita de um sapo. Com o sistema nervoso central inativo, o anfíbio não aparentou desconforto, mas a cena incomodou a estudante Dayanne Roque. “A incisão foi feita para um músculo ser extraído. O bichinho ficou se contorcendo, parecia pedir ajuda”, conta. “Muitos alunos choraram, alguns saíram da sala. Eu parei de olhar na hora que começou a sangrar. Tive ânsia de vômito”, acrescenta a moça, que depois abandonou a graduação de medicina veterinária na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O uso de animais em sala de aula atormenta parte dos alunos de cursos da área de ciências biológicas e saúde, mas docentes consideram a prática necessária e afirmam que ela segue normas nacionais.
“Desde os quatro anos, eu dizia que queria ser veterinária”, recorda Dayanne, de 23 anos. Reprovada no primeiro vestibular, ela foi bem-sucedida na segunda tentativa e as aulas começaram em 2011. “No início, não sabia que teria demonstrações com animal vivo. Depois descobri que teria, mas não sabia que isso me afetaria tanto”. O problema começou no primeiro semestre deste ano, em uma aula de fisiologia veterinária, quando o professor fez aquele corte na perna de um sapo. A moça abandonou a disciplina e continuou a frequentar as teóricas, mas entrou em depressão e resolveu trancar sua matrícula. “Eu chorava muito. Começava a chorar na sala de aula, sem motivo nenhum. Foi quando passei a fazer tratamento psicológico. Até hoje tomo medicação controlada”, diz.
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