quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Afinal a cobra que matou duas crianças no Canadá era um animal de estimação

PÚBLICO e REUTERS  07/08/2013 - 17:30
Dois irmãos de cinco e sete anos terão sido estrangulados durante o sono.
A polícia considerava inicialmente que a cobra tinha escapado de uma loja de animais
TIM JAQUES/THE TRIBUNE/REUTERS

A cobra que terá matado dois irmãos, de cinco e sete anos, enquanto dormiam na casa de um amigo em Campbellton, no Canadá, era um animal de estimação do proprietário da habitação. Informações avançadas no início das investigações à morte das duas crianças indicavam que o animal tinha escapado de uma loja de animais exóticos localizada no piso inferior do edifício.

Na manhã da última segunda-feira, Jean-Claude Savoie entrou na sala do seu apartamento, onde na noite anterior tinha deixado a dormir Noah e Connor Barthe, dois amigos do seu filho. “Encontrei uma cena horrenda”, contou à estação de televisão Global News. As duas crianças tinham morrido durante o sono.

Segundo as primeiras informações avançadas pelas autoridades, os irmãos teriam sido estrangulados por uma cobra enquanto dormiam. O animal teria escapado de uma loja de animais exóticos, propriedade de Savoie, localizada no andar de baixo do seu apartamento. Nesta quarta-feira, a polícia indicou que o animal não estava à venda na loja e que era um dos animais de estimação da família Savoie.

A cobra, uma pitão com 45 quilos e cerca de quatro metros de comprimento, conseguiu escapar da enorme caixa de vidro onde era mantida no apartamento através do sistema de ventilação da divisão onde estava. Acabou por sair na sala onde os dois irmãos dormiam.

Peritos em cobras deste género defendem que um ataque como este é raro. Bry Loyst, do Indian River Reptile Zoo, em Ontário, explicou à agência Reuters que a pitão não considera os humanos como parte da sua alimentação. Segundo o especialista, a cobra deveria estar confusa quando se deparou com as duas crianças. “Um ataque defensivo seria apenas uma ameaça e a libertação. Normalmente não estrangulam o que não vão comer”, disse Bry Loyst.

Também o director do Zoo Ecomuseum de Montreal afirmou, um dia depois do incidente, à Radio Canada, que estas cobras mordem para se defender e estrangulam a presa unicamente para se alimentar. Segundo David Rodrigue, esse comportamento é estimulado pela fome e pelo odor transmitido pela presa.

Esta poderá ser uma das explicações para o ataque da cobra. Segundo um familiar próximo das vítimas, os dois irmãos tinham estado a brincar na véspera com animais numa quinta de família, onde houve ainda um churrasco.

Este caso está a suscitar um aceso debate sobre as regras que autorizam a permanência de animais exóticos em zoos privados ou habitações. O responsável do Indian River Reptile Zoo defende que “animais potecialmente perigosos de qualquer tipo – seja tigres, leões, ursos, cobras – não devem ser mantidos em residências privadas. Como é que fazem isso?”, questiona Bry Loyst.

A cobra que terá matado as duas crianças foi entretanto abatida por um veterinário.

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