quarta-feira, 26 de março de 2014

EM QUATRO CIDADES: ONG faz novas denúncias contra rodeios

Entidade, que se baseia em decreto que proíbe o evento em área urbana, protocolou representações no MPE
THIAGO ROVÊDO - E REGIANE MUNIZ - REGIÃO

A ONG (Organização Não-Governamental) Associação Amor de Bicho Não Tem Preço protocolou denúncia no MPE (Ministério Público Estadual) contra os rodeios de Americana, Sumaré, Santa Bárbara d’Oeste e Indaiatuba com o objetivo de impedir a realização nestas cidades. Anteriormente, a mesma organização já havia feito a denúncia contra Hortolândia e Jaguariúna.
A entidade, que combate maus-tratos em animais, se apoia no decreto estadual 40.400/95, que proíbe rodeios em área urbana.

“Vamos fazer manifestações e conscientizar as pessoas que quando vão a este tipo de evento estão incentivando estas práticas de tortura de animais”, disse a presidente da ONG, Cláudia de Carli.

A Sumaré Arena Music, organização do rodeio de Sumaré, informou que a atividade esportiva é regulamentada pela lei federal nº 10.519, desde 2002. Também acrescentou que foi designada por decreto municipal uma comissão especial que tem competência para supervisionar os rodeios e aplicação de sanções no caso de irregularidades. A Prefeitura de Sumaré informou que aguarda notificação para prestar esclarecimentos.

A Prefeitura de Indaiatuba informou que não foi notificada sobre a denúncia. A organização da festa na cidade confirmou o recebimento dos questionamentos, mas não houve resposta.

“Por enquanto a gente não vai tomar nenhuma decisão. Eles podem falar o que eles quiserem, a gente não tem que responder, porque eles falam coisas que não ocorrem no rodeio. Eles deveriam cuidar melhor dos animais deles ao invés de pegar no pé do rodeios que cuidam muito bem de seus animais”, comentou Beto Lahr, presidente do CCA (Clube dos Cavaleiros de Americana), organizadora da Festa do Peão de Americana. “Este pensamento é falta de conhecimento (sobre como funciona o rodeio)”, afirmou João Batista, organizador do rodeio de Santa Bárbara d’Oeste. Ele argumentou que um criador que tem um animal de R$ 50 mil ou R$ 100 mil não vai permitir que o maltratem.

As prefeituras de Americana e Santa Bárbara foram procurados por e-mail e telefone, na tarde de ontem, mas não houve retorno até as 21h.

Segundo Camila Marques Gurgel, geógrafa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), zona rural é a definição de área da cidade não urbanizáveis ou destinadas à limitação do crescimento urbano, normalmente utilizadas para atividades de campo ou conservação ambiental. “Porém, quando uma prefeitura informa que determinada área é urbana ou não, e isso não condiz com a realidade, há de se fazer um estudo para ver o que está certo”, explicou.


Fonte:
http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=822104